sexta-feira, 20 de fevereiro de 2009

Review: Street Fighter IV




Confesso: fiz cara feia quando vi as primeiras imagens de Street Fighter IV . Na ocasião, me lembro de ter pensado "Que diabos é essa cara de dor do Blanka?", enquanto clicava em sites gringos à procura de informações da quarta edição (cronologicamente falando) da franquia de luta criada pela Capcom.
Ainda bem que mordi a língua, pois pouco tempo depois das palavras acima serem proferidas, me habituei ao visual e comecei a enxergar as virtudes que o retorno da série às suas raízes poderia representar na geração atual de consoles da alta definição. E hoje, você confere aqui no MSN Jogos, em primeiríssima mão, a análise de Street Fighter IV .


Se você parar para pensar, a Capcom não teve o mínimo de pressa para contemplar seus jogadores com a quarta edição da maior série de luta dos games. Em uma marcação precisa de tempo, faz exatamente 10 anos desde que o último Street Fighter - sem contar crossovers como Marvel vs. Capcom e outras versões conjuntas - foi lançado. A critério de conhecimento, essa edição se chama 3rd Strike .
Em termos resumidos, Street Fiighter IV é o renascimento que 3rd Strike deveria ter sido. Motivo: como um entusiasta de Street Fighter II , em que as lutas mais simplistas eram sempre as mais acirradas, minha afeição pela série foi levemente reduzida com a quantidade de variações, golpes especiais, e obrigatoriedade de uso de combinações absurdas de botão acabaram me afastando um pouco da série. Eu não estava sozinho nesse sentimento. Yoshinori Ono, produtor de SF4, disse em entrevistas que "esse jogo manteria esse esquema, mas também teria atrativos suficientes para trazer de volta fãs perdidos da antiga mecânica da franquia". Ele não estava mentindo.

Street Fighter IV nada mais é do que um jogo de luta, dois contra dois, mano a mano, em que Hadoukens, Shoryukens e tantos outros golpes icônicos se misturam, ao passo que a ênfase, agora devidamente merecida, nos movimentos especiais dão um toque de contemporaneidade há muito tempo sumido. O visual desenhado à mão é chocante no início, e conforme você se acostuma, a coisa fica ainda mais impressionante, com a percepção de pequenos detalhes, como a movimentação do cenário 3D e toda a glória dos Ultra Combos. Ao contrário do que foi apontado por aí afora, as animações introdutórias e o final de cada personagem, ambos feitos em anime, servem muito bem para embelezar um pouco mais o jogo, embora o detalhamento nessa parte do jogo tenha deixado um pouquinho a desejar.


Um aspecto notável a favor do jogo é o retorno de velhas pratas da casa: Guile, E.Honda, Cammy White, Blanka - todos ausentes na terceira edição. Claro, fãs mais jovens sentirão falta de lutadores como Skullomania e Hugo Andore, mas não é nada que derrube a pontuação do jogo. É uma perfeita mistura do "Street Fighter Old-School" com a série Alpha, algo perfeito para trazer de volta os fãs mais antiquados. Para quem é mais apegado à essa geração, Street fighter IV apresenta um modo online, também um contra um. Apesar de ser algo bastante esperado e até meio óbvio, não dá para não se empolgar com a possibilidade de encarar jogadores de todas as partes do mundo, e os serviços online foram o ponto X dos consoles que temos hoje.
O jogo tem uma velocidade padrão - e uma apenas - para o desenrolar das partidas. Não TURBO, nem ULTRA-FAST, apenas veloz. Corresponde bem à jogabilidade apresentada, mas infelizmente ela não ajuda muito no tocante a contra-ataques: aqui na redação, estava jogando com nossos programadores e sempre que defendia um golpe e tentava rebater com um especial, ele escapava. Em muitos desses momentos, o lutador dele estava colado com o meu. Talvez isso tenha mais relação com a versão jogada: o joystick robustão do Xbox 360 me atrapalhou um pouco, ao passo que me senti em casa na versão para PlayStation 3, mas isso já é questão de costume.
Uma coisa que ninguém aqui na redação aprovou é o fato das localidades dos combates serem aleatórias. Embora isso pudesse tornar o jogo um pouquinho maçante, a Capcom poderia manter os lutadores às suas origens: Blanka, o brasileiro, em um barco à deriva na Ásia? Zangief, o Ciclone Vermelho da Rússia, em um subúrbio chinês. Claro que isso é aleatório, mas ainda assim, ver essas cenas passa a sensação de que algo não está lá muito compatível com o ambiente.
A conclusão é que Street Fighter IV é um jogo que serve muito bem a dois propósitos distintos: para os jogadores mais antigos da franquia, no momento em que você ligar o console não haverá tempo de costume muito grande - você se sentirá como se estivesse o jogando o Street Fighter II com o qual está tão acostumado. Já para aqueles cuja experiência é primária, esse é um excelente título para se começar um aprendizado do gênero de jogos de luta - é fácil de se aprender até mesmo os golpes mais complicados, e a história, apesar de não fazer sentido algum quando analisada individualmente para cada lutador, dá um senso de direção quando vista através das relações que cada personagem possui entre si.


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